Ana Isabel Fazendeiro, Graciete Costa, Natália Couceiro, Paula Rodrigues, Rosário Cunha, Fernando Rodrigues

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terça-feira, 15 de outubro de 2013

Anticorpos anti - Ribossomas

Os ribossomas são organelos envolvidos na síntese proteica, estando presentes em todas as células. A sua classificação é feita de acordo com o seu coeficiente de sedimentação em gradiente de sacarose: os ribossomas (80S) são constituídos por duas subunuidades (60S e 40S). A subunidade de maior dimensão (60S) contém três fosfoproteínas ácidas, designadas por P0, P1 e P2, com pesos moleculares de 38kDa, 19kDa e 17kDa, respectivamente.
As imagens de microscopia electrónica demonstram que as duas subunidades se encaixam, proporcionando um entalhe por onde passa o ARNm quando o ribossoma se move durante o processo de tradução e por onde emerge a cadeia polipeptídica recém-formada.


                                             Adaptado de https://sites.google.com/site/kefalikinisi/home/fisiologia-                                                            humana-1/celula-e-celulas/ribossomas/

Os constituintes principais dos ribossomas são o ácido ribonucleico (ARN) e proteínas, em quantidades aproximadamente iguais. A carga eléctrica dos ribossomas é negativa, devido ao predomínio da carga dos fosfatos do ARN relativamente à carga positiva das proteínas, favorecendo a ligação a catiões e a corantes básicos.
O ARN ribossómico representa mais de 80% do total de ARN presente nas células.

Os anticorpos anti - ribossomas reagem com proteínas da subunidade 60S e da subunidade 40S do complexo ribossómico do citoplasma e, com alguma frequência, com os nucléolos. O antigénio é um complexo macromolecular de 140 kDa, constituído pelas proteínas P0, P1 e P2.
A maioria dos anticorpos anti - ribossomas P é da classe IgG, geralmente IgG1 e IgG3, ou IgG2. As proteínas P0, P1 e P2 possuem epítopos comuns constitúidos por uma sequência de 22 aminoácidos do fragmento carboxil terminal.

Os anticorpos dirigidos às proteínas do ribossoma P são considerados altamente específicos para o Lúpus Eritematoso Sistémico (LES) (10 - 35%). 
Ocorrem em cerca de 90% dos pacientes com lúpus e envolvimento do sistema nervoso central (SNC), com manifestações clínicas de psicose e depressão; a identificação e titulação destes auto-anticorpos é útil no diagnóstico diferencial destas situações, podendo ocorrer aumento de títulos até 5x, antes e durante as fases activas.      
Também podem ocorrer em doentes com LES e com manifestações orgânicas de envolvimento hepático ou renal.
Em doentes com LES, os anticorpos anti - ribossoma P associam-se com os anticorpos anti - Sm e anti - SSA, facto que parece relacionado com uma resposta imune a epítopos associados no ribossoma. Por exemplo, detectaram-se pequenas quantidades de antigénio Sm nos ribossomas e os anticorpos anti - Sm podem apresentar reacção cruzada com uma proteína ribossómica de 20kDa.          

Os anticorpos anti - ribossomas  originam um padrão de fluorescência denso fino granular (por vezes, homogéneo) no citoplasma das células Hep2 (IFI), com maior intensidade périnuclear. Também se pode observar fluorescência nucleolar homogénea (marcação das ribonucleoproteínas nucleolares).



Hep 2 - Anticorpos anti - ribossomas


Hep2 (x400) - Anticorpos anti - ribossomas. Observa-se fluorescência granular fina e densa no citoplasma

Hep2 (x630) - Anticorpos anti - ribossomas. Observa-se fluorescência granular fina e densa no citoplasma e fluorescência homogénea dos nucléolos (setas)

Hep2 (x630) - Anticorpos anti - ribossomas. Mantêm-se a fluorescência citoplasmática e nucleolar,           observando-se também alguns vacúolos (setas)

Hep2 (x630) - Anticorpos anti - ribossomas. 


Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - ribossomas. Mantêm-se a fluorescência citoplasmática, observando-se também alguns vacúolos. Nesta imagem, não se observa a fluorescência nucleolar.
     

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Anticorpos anti - Mi-2

A proteína Mi-2 é o componente principal do complexo responsável pela remodelação do nucleosoma (nucleosome remodeling-deacetylase -NuRD complex).

Por imunofluorescência indirecta, utilizando como substrato as células Hep-2, os anticorpos anti-Mi-2 produzem um padrão nuclear mosqueado fino, com ausência de fluorescência nas regiões de condensação cromossómica. Nas células em interfase, não ocorre fluorescência dos nucléolos.

Os anticorpos anti - Mi-2 ocorrem em aproximadamente15 - 35% (adultos) e em 10 - 15% (forma juvenil) dos doentes com dermatomiosite, sendo um marcador precoce no diagnóstico e tendo um elevado valor predictivo positivo para a doença. 
No diagnóstico da miosite autoimune, apresentam uma sensibilidade de 4 - 18% e uma especificidade de 98 - 100%.
Associam-se à forma leve da doença e a uma boa resposta à terapêutica. É rara a associação com sinovite, lesão pulmonar ou fenómeno de Raynaud.
Também podem ocorrer nas formas clínicas menos graves de lúpus, sendo rara a sua ocorrência em doentes com polimiosite.


    Hep2 (x400) - Anticorpos anti - Mi-2. Padrão nuclear mosqueado fino, com ausência de fluorescência   
    nas regiões de condensação cromossómica. Ausência de fluorescência dos nucléolos nas células em    
    interfase.

    Hep2 (x400) - Anticorpos anti - Mi-2.


    Hep2 (x400) - Anticorpos anti - Mi-2.


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Mi-2.

    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Mi-2.
    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Mi-2.

    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Mi-2.
   
    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - Mi-2.


     Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - Mi-2.


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - Mi-2.


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - Mi-2.


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - Mi-2.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Anticorpos anti - Ku

Anticorpos anti - antigénio nuclear, não histona, localizado nos nucléolos da maioria das células. O antigénio Ku é um heterodímero composto por duas subunidades de 70 kD (Ku 70) e 80 kD (Ku 80), associado a uma proteína de aproximadamente 460 kD, com actividade de quinase.
O antigénio Ku é fundamental para a união das extremidades de cadeias ADN não homólogas. Esta via previne a morte celular ou as mutações causadas por roturas de ADN bicatenário.
A prevalência dos anticorpos anti - Ku é muito superior nos indíviduos afro - americanos com lúpus, relativamente aos caucasianos.
A presença de anticorpos anti - Ku associa-se a um padrão de fluorescência nuclear homogéneo ou granular denso, com nucléolos positivos.
Estes autoanticorpos surgem nos doentes com Síndrome de Sjögren primário (>20%), com lúpus (6%) - sobretudo em população japonesa, com cirrose biliar primária (33%), com miosite (1-7%) e com artrite reumatóide (1%).


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Ku. Padrão de fluorescência nuclear homogéneo ou granular denso, com nucléolos positivos.

     Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Ku

     Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Ku

     Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Ku

     Hep2 (x630) - Anticorpos anti - Ku


domingo, 14 de abril de 2013

Anticorpos anti - Sm e anti - RNP

Os antigénios RNP e Sm estão associados a partículas ribonucleoproteicas constituídas por ácidos ribonucleicos (ARN) de pequeno tamanho, ricos em uridina (UsnRNP).
Os antigénios U1-RNP e Sm estão intimamente relacionados entre si, coexistindo frequentemente no mesmo soro. Sendo frequente a associação entre os dois auto-anticorpos, os anticorpos anti-U1-RNP identificam-se geralmente isolados (sem presença anticorpos anti-Sm).

Os anticorpos anti-U1-RNP reagem com um polipéptido de 70 kD e com as proteínas A (33 kD) e C (22 kD), localizados nas zonas funcionais da partícula U1-ARN. O polipéptido de 70 kD é uma proteína da matriz nuclear directamente relacionada com a partícula U1 - snRNP.
Foram detectados anticorpos anti - U1 - RNP nos glomérulos de pacientes com nefropatia lúpica, sugerindo a sua importância e contribuição para a lesão tecidular.

A presença de anticorpos anti - U1 - RNP e anti - Sm origina um padrão de fluorescência nuclear mosqueado denso (células Hep-2). A fluorescência das granulações correspondente aos componentes do spliceossoma sobrepõe-se a uma fluorescência nuclear difusa, com ausência de marcação dos nucléolos.

Os anticorpos anti - Sm são muito específicos de lúpus (99%), ocorrendo em 3 - 40% dos doentes (com maior frequência nos doentes de raça negra e asiáticos). Podem ser marcadores precoces da doença.
O aumento do título de anticorpos anti - Sm pode preceder uma exacerbação da doença, independentemente das variações do título de anticorpos anti - dsDNA.
Noutras patologias, a presença de anticorpos anti - Sm é rara, pelo que a sua identificação deve fazer suspeitar da existência de um síndrome de sobreposição com o lúpus.

Os anticorpos anti - U1 - RNP são característicos da doença mista do tecido conjuntiva (DMTC), sendo a sua frequência variável e dependente da metodologia utilizada na sua detecção e dos critérios de definição da doença. São mais frequentes nos doentes de raça negra que nos doentes caucasianos.
Na maioria dos doentes, o título de anticorpos é constante, sendo a sua quantificação pouco útil na prática clínica.


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP). Observa-se fluorescência de aspecto mosqueado, com presença de grânulos grosseiros irregulares. 


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP).


    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP) e anti - RNP (U1 - U6 snRNP).

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP) e anti - RNP (U1 - U6 snRNP).

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - RNP (U1- snRNP) e anti - RNP (U1 - U6 snRNP).

Anticorpos anti - SSA (Ro) e anti - SSB (La)

Anticorpos anti - SSA (Ro)

O antigénio Ro/SS-A é constituído por proteínas (hY1, hY3, hY4 e hY5) associadas a ácidos ribonucleicos (ARN) ricos em uridina, designadas por hY1, hY3, hY4, hY5 (hY = human cytoplasmic). 
A proteína principal tem um peso molecular de 60 kD, tendo sido também identificada uma proteína estrutural e antigenicamente diferente, com um peso molecular de 52 kD.
A proteína Ro 60 kD, que contém uma sequência de 80 aminoácidos (comum às proteínas que se unem ao ARN), interage directamente com as hY - ARN. A proteína Ro 52 Kd não contém a sequência de união aos ARN, não interagindo com a partícula Ro-RNP.
O antigénio Ro 60 kD participa provavelmente na regulação do ARN mensageiro, na tradução e transcrição do ARN, sendo desconhecida a função biológica da proteína Ro 52 kD.

Os anticorpos anti - Ro / SSA e anti - La / SSB coexistem frequentemente. Os pacientes que apresentam anticorpos anti - La / SSB também apresentam anticorpos anti - Ro / SSA, enquanto que apenas 50% dos pacientes com anticorpos anti - Ro / SSA apresentam também anticorpos anti - La / SSB. Os epítopos que determinam a reactividade dos anticorpos localizam-se nas proteínas e não nos ARN.

A maioria dos pacientes que apresentam anticorpos anti - Ro 52 kD apresenta simultaneamente anticorpos anti - Ro 60 kD, sugerindo uma relação na produção de ambos os autoanticorpos.

Anticorpos anti - SSB (La)

O antigénio La - SS-B é uma fosfoproteína de 48kD associada ao ARN rico em uridina, sensível à degradação proteolítica.
Não partilha epítopos com as proteínas Ro, sendo diferentes os genes que codificam ambas as proteínas.
O antigénio La - SS-B participa no processamento dos ARN, sendo essencial no processo de finalização da transcrição pela RNA polimerase III.
A sua localização nuclear e citoplasmática é um reflexo do processo de maturação e transporte de alguns dos ARN celulares.
Inicialmente, os auto-anticorpos ligam-se ao epítopo localizado na região aminoterminal; posteriormente, a ligação estende-se às regiões intermédia e carboxiterminal.
Sugere-se que os anticorpos anti - SSB presentes nos pacientes com lúpus reconhecem epítopos diferentes relativamente aos anticorpos anti - SSB presentes nos pacientes com SS primário.


Os anticorpos anti - Ro / SSA e anti - La / SSB detectam-se por imunofluorescência indirecta (I.F.I.) em células Hep2, podendo observar-se um padrão de de fluorescência nuclear granular fino, por vezes com algumas granulações mais evidentes, com ou sem evidência ténue dos nucléolos, sendo por vezes possível também observar um discreto padrão de fluorescência granular fino de localização citoplasmática.
Alguns dos anticorpos anti - SS-A são de avidez baixa e unicamente detectados por imunoensaio enzimático (ELISA), método mais sensível que a contraimunoelectroforese  ou a imunoprecipitação.

Os anticorpos anti - SS-A e os anticorpos anti - SS-B participam directamente no desenvolvimento das lesões ou, indirectamente, através da formação de imunocomplexos depositados ou formados nos tecidos afectados. Estes autoanticorpos têm a capacidade para fixar o complemento.

Os anticorpos anti - SSA podem ser os responsáveis pelo desenvolvimento das lesões do lúpus eritematoso cutâneo e das lesões cutâneas fotossensíveis no lúpus eritematoso sistémico. A radiação UV aumenta a expressão do antigénio SS-A na superfície dos queratócitos.

A concentração dos anticorpos não tem relação com a actividade da doença.

Os anticorpos anti - SSA ocorrem em:

  • aproximadamente 40 - 90% dos doentes com Síndrome de Sjögren (SS). Nos doentes com Síndrome de Sjögren primário, ocorrem em 60 - 75% dos casos, sendo a percentagem superior nos doentes em que o síndrome é secundário a lúpus, artrite reumatóide, polimiosite - dermatomiosite e cirrose biliar primária. A sua concentração é superior nos pacientes com SS primário, relativamente aos pacientes com lúpus ou artrite reumatóide. No SS primário, associam-se com um início mais precoce da doença e uma evolução mais prolongada, bem como com manifestações extra-glandulares. 
  • aproximadamente 40 - 60% dos doente com lúpus. Os doentes em que ocorre associação de anticorpos anti - SS-A e anticorpos anti - SS-B apresentam um risco menor de nefropatia lúpica e têm um bom prognóstico relativamente aos doentes sem que não existe associação;
  • Mais de 90% dos casos de lúpus neonatal. Esta forma de lúpus relaciona-se com a passagem transplacentar de anticorpos IgG, da mãe para o feto, caracterizando-se por bloqueio auriculo - ventricular congénito, prolongamento de QT, dermatite fotosensível, trombocitopenia e hepatite. O risco de aparecimento deste síndrome aumenta em gestações posteriores. Existe uma associação entre o risco de lúpus neonatal e a ocorrência de anticorpos anti - SS-A e anti - SS-B, com especificidade para o antigénio de 52kD.
         A maioria das mães de recém - nascidos com lúpus neonatal, com ou sem bloqueio auriculo -    
         ventricular, apresentam anticorpos anti - SS-A, mesmo quando assintomáticas;
  • 2 - 12% dos casos de artrite reumatóide. A sua presença associa-se com síndrome de Sicca e outras manifestações extra - articulares, bem como com uma pior resposta à terapêutica imunossupressora, obrigando à administração de doses mais elevadas;
  • 3 - 29% dos casos de esclerodermia. A sua presença associa-se com evolução grave e progressiva da doença (manifestações pulmonares e renais);
  • Na cirrose biliar primária, os anticorpos anti - SS-A de 60 kD ocorrem em 30% dos casos, enquanto os anticorpos anti - SS-A de 52 kD ocorrem em 25% dos casos, com associação a síndrome seco, hipertensão pulmonar e portal.

    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - SSA/Ro. Padrão de fluorescência granular fino, com múltiplos grânulos isolados.

    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - SSA/Ro

    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - SSA/Ro

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - SSA/Ro 

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - SSA/Ro

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - SSA/Ro
                                                                                                          

    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - SSA (Ro) e anti - SSB (La). Padrão de fluorescência granular fino, com evidência ténue dos nucléolos (setas)
   
    Hep2 (x630) - Anticorpos anti - SSA (Ro) e anti - SSB (La).

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - SSA (Ro) e anti - SSB (La).

    Hep2 (x1000) - Anticorpos anti - SSA (Ro) e anti - SSB (La).  








sexta-feira, 13 de julho de 2012

A presença de anticorpos anti - dsDNA (IgG) no sangue é critério de diagnóstico de lúpus eritematoso, podendo preceder o início do quadro clínico. O valor diagnóstico é particularmente importante quando os anticorpos IgG são de alta avidez (específicos). Foram descritos casos com anticorpos de baixa avidez, em concentrações baixas, noutras patologias (inespecíficos para o lúpus). Nos pacientes com artrite reumatóide tratados com terapêutica anti - TNF, também podem ocorrer estes auto - anticorpos (desaparecendo com a interrupção da terapêutica).
No lúpus, a concentração varia com o grau de actividade da doença, aumentando frequentemente com o processo inflamatório e diminuindo com a terapêutica eficaz.
As imunoglobulinas IgG atravessam a placenta, causando quadros de lúpus neonatal.

Os métodos laboratoriais utilizados para o seu doseamento são, por ordem de especificidade e de sensibilidade:
  • método Farr (RIA)
  • imunofluorescência indirecta (IFI), utilizando Crithidia luciliae como substrato
  • imunoensaio enzimático (ELISA)
  • quimioluminescência (CLIA)
  • fluorimunoensaio (ELIA)
Imunofuorescência indirecta - a Crithidia luciliae é um flagelado, com um cinetoplasto constituído por ADN em dupla cadeia circular, não ligado a proteínas. Este método é sensível e muito específico, particularmente para os auto-anticorpos de avidez moderada a alta.
A diluição inicial do soro é de 1:10.




A interpretação da IFI com Crithidia lucilae é a seguinte:



Negativo - ausência de fluorescência no cinetoplasto


Crithidia (IFI) - Ausência de fluorescência no cinetoplasto (diluição 1:10)




Positivo - fluorescência no cinetoplasto


1 - Corpo basal
2 - Cinetoplasto
(diluição 1:10)