A Esclerodermia é uma doença do tecido conjuntivo que se caracteriza por fibrose da pele, com possível envolvimento de órgãos internos, tais como o pulmão, coração e rim, por lesão dos vasos sanguíneos e das células produtoras de colagéneo que os envolvem.
Predomina no sexo feminino, afectando cerca de 4 mulheres por cada homem.
Esta doença crónica divide-se em duas entidades clínicas diferentes:
- localizada, em que a doença se limita a uma determinada área da pele;
- sistémica, com envolvimento da pele e de órgãos internos. Esta, por sua vez, ainda é dividida em duas formas clínicas distintas (limitada e difusa), que diferem quanto à extensão de envolvimento dos órgãos, evolução e prognóstico da doença.
A forma limitada da Esclerose sistémica envolve a pele da face e da parte distal dos membros, associando-se normalmente ao fenómeno de Raynaud e à ocorrência de hipertensão pulmonar (15% dos doentes). A forma difusa ocorre com envolvimento da pele do tronco e da zona proximal dos membros, bem como do coração e dos rins; o envolvimento pulmonar é mais precoce, com evolução para fibrose pulmonar.
Anticorpos anti - nucleolares aparecem associados com esta patologia e podem detectar-se por imunofluorescência indirecta (I.F.I.) em células Hep2, devido à maior sensibilidade deste substrato. Podem observar-se padrões de fluorescência nucleolar homogéneo, granular fino e granular grosseiro.
O padrão homogéneo nucleolar deve-se à presença de anticorpos que reagem com o componente granular dos nucléolos Pm-Scl 4-6sRNA.
A presença de anticorpos anti-NOR-90 e anti-RNA polimerase traduz-se num padrão nucleolar granular fino.
Os anticorpos anti-fibrilharina, que reconhecem a U3-RNP do componente fibrilar, originam um padrão granular grosseiro (clumpy).
Os anticorpos anti - ribossomas associam-se a um padrão de fluorescência de localização citoplasmática e nucleolar.
Anticorpos anti - PM-Scl
Os anticorpos anti - PM- Scl ocorrem em, aproximadamente 17% dos doentes em que é identificado o padrão nucleolar, por I.F.I.. Ligam-se a um complexo macromolecular de 11-16 proteínas, com peso molecular variando entre 20 a 110 kD, localizado na parte granular do nucléolo, no nucleoplasma e no citoplasma. Utilizando a técnica de "imunoblot", verificou-se que os autoanticorpos se ligam às proteínas de 110kD e 75kD.
Ocorrem em aproximadamente 5 a 8% dos doentes com Polimiosite, 2 a 3% dos doentes com Esclerodermia e 24 a 50% dos doentes com síndrome de sobreposição Polimiosite-Esclerodermia. Este último grupo de doentes apresenta a forma limitada cutânea da Esclerodermia.
Os anticorpos anti - PM-Scl associam-se com maior frequência a miosite e nefropatia, durante a evolução da doença.
Sugere-se que estes autoanticorpos são um marcador prognóstico do desenvolvimento de artrite e de fenómeno de Raynaud. Estão ainda associados com alterações da motilidade esofágica e com discretas manifestações pulmonares intersticiais.
Anticorpos anti - NOR
Os anticorpos anti - NOR-90 ocorrem em, aproximadamente 5% dos doentes em que é identificado o padrão nucleolar, por I.F.I.. Ligam-se a proteínas nucleolares de 94 a 97 kD da região organizadora dos nucléolos (NOR). As zonas NOR são consideradas as zonas de união para a nucleologénese, em que os corpos pré-nucleolares convergem e se unem, para formar nucléolos em interfase. Nelas, encontram-se proteínas não histonas, como a RNA polimerase I, ADN Topoisomerase e fibrilharina.
A proteína NOR-90 localiza-se exclusivamente nas regiões organizadoras dos nucléolos das células em divisão, e nos nucléolos, durante a interfase.
Anticorpos anti - ARN polimerase
Constituem aproximadamente 15% dos anticorpos anti-nucleolares. As ARN - polimerases formam um complexo multiproteico de 8 a 14 polipeptídeos envolvidos na transcrição de diferentes genes. Cada enzima contém 2 subunidades de grandes dimensões (126 e 192 kD) e, pelo menos, seis de pequena dimensão (14 - 18 kD), sendo três delas comuns. O complexo principal contém 4 fosfoproteínas de 18, 64, 80 e 180 kD.
Existem três tipos de ARN polimerases designados por I, II e III, estando a de tipo I localizada no nucléolo e, as de tipo II e III localizadas no nucleoplasma.
Os anticorpos anti - polimerase I são identificados em aproximadamente 4-11% dos doentes com o diagnóstico de Esclerodermia cutânea grave e difusa. Estão associados à ocorrência de manifestações renais, cardíacas e hepáticas graves.
Os anticorpos anti - polimerase II estão habitualmente associados aos anti - ARN polimerase I e surgem em doentes com lúpus e síndromes de sobreposição.
Os anticorpos anti - polimerase III ocorrem em aproximadamente 12 - 23% dos doentes com esclerodermia, associando-se com os anticorpos anti - polimerase tipo I e II.
Anticorpos anti - fibrilharina (U3RNP)
Detectados em aproximadamente 48% dos soros de doentes com anticorpos anti - nucleolares. Ligam-se à fibrilharina, proteína integrante do componente fibrilar do nucléolo que se encontra associada à U3RNA, formando o U3RNP nucleolar.
Os anticorpos anti - fibrilharina são marcadores de diagnóstico da esclerodermia e marcadores de prognóstico em pacientes com envolvimento do intestino delgado, do músculo esquelético e com hipertensão pulmonar.
Anticorpos anti - To/Th - RNP
Estes anticorpos reconhecem uma enzima processadora do ARN, a MRP - ribonuclease (MRP ARN), responsável pela ruptura de endoribonucleótidos no ARN mitocondrial, considerando-se que participa na transcrição e replicação do ADN mitocondrial.
Identificam-se em aproximadamente 25% dos doentes com lúpus. Nos doentes com esclerodermia, estão associados a uma maior frequência de hipertensão pulmonar, fibrose pulmonar e lesão renal, sendo, por isso, um marcador de pior prognóstico que os anticorpos anti - centrómero.
Relação entre a presença de determinados auto-anticorpos e o prognóstico da esclerodermia.
Hep 2 (x400) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-NOR90 - identificação por immunoblot). É
característico a fluorescência nas regiões NOR das células em mitose (1) e a fluorescência de aspecto
granular fino nos nucléolos (2)
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-NOR90 - identificação por immunoblot). É
característico a fluorescência nas regiões NOR das células em mitose (1) e a fluorescência de aspecto
granular fino nos nucléolos (2)
Hep 2 (x1000) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-NOR90 - identificação por immunoblot). Nesta
imagem, evidencia-se uma região NOR na célula em mitose (1) e o aspecto granular fino da fluorescência
nucleolar (2)
Hep 2 (x400) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-RNA Pol - identificação por immunoblot). Observa-se
o aspecto granular da fluorescência nucleolar (setas)
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-RNA Pol - identificação por immunoblot). Observa-se
o aspecto granular da fluorescência nucleolar (setas)
Hep 2 (x1000) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-RNA Pol - identificação por immunoblot). Nesta
imagem, é bem visível o aspecto granular da fluorescência nucleolar. No citoplasma, observa-se uma
fluorescência granular média dispersa (anticorpos anti - mitocondriais)
Hep 2 (x400) - Anticorpos anti-nucleolares (anti - Th/To - identificação por immunoblot) - aspecto
homogéneo da fluorescência nucleolar (setas).
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (Th/To - identificação por immunoblot).
Hep 2 (x1000) - Anticorpos anti-nucleolares (Th/To - identificação por immunoblot).
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (PMScl - identificação por immunoblot). Além do aspecto
homogéneo e pleomórfico da fluorescência nucleolar, é característico o padrão granular fino denso do
núcleo.
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (PMScl - identificação por immunoblot).
Anticorpos anti - nucleolares aparecem associados com esta patologia e podem detectar-se por imunofluorescência indirecta (I.F.I.) em células Hep2, devido à maior sensibilidade deste substrato. Podem observar-se padrões de fluorescência nucleolar homogéneo, granular fino e granular grosseiro.
O padrão homogéneo nucleolar deve-se à presença de anticorpos que reagem com o componente granular dos nucléolos Pm-Scl 4-6sRNA.
A presença de anticorpos anti-NOR-90 e anti-RNA polimerase traduz-se num padrão nucleolar granular fino.
Os anticorpos anti-fibrilharina, que reconhecem a U3-RNP do componente fibrilar, originam um padrão granular grosseiro (clumpy).
Os anticorpos anti - ribossomas associam-se a um padrão de fluorescência de localização citoplasmática e nucleolar.
Anticorpos anti - PM-Scl
Os anticorpos anti - PM- Scl ocorrem em, aproximadamente 17% dos doentes em que é identificado o padrão nucleolar, por I.F.I.. Ligam-se a um complexo macromolecular de 11-16 proteínas, com peso molecular variando entre 20 a 110 kD, localizado na parte granular do nucléolo, no nucleoplasma e no citoplasma. Utilizando a técnica de "imunoblot", verificou-se que os autoanticorpos se ligam às proteínas de 110kD e 75kD.
Ocorrem em aproximadamente 5 a 8% dos doentes com Polimiosite, 2 a 3% dos doentes com Esclerodermia e 24 a 50% dos doentes com síndrome de sobreposição Polimiosite-Esclerodermia. Este último grupo de doentes apresenta a forma limitada cutânea da Esclerodermia.
Os anticorpos anti - PM-Scl associam-se com maior frequência a miosite e nefropatia, durante a evolução da doença.
Sugere-se que estes autoanticorpos são um marcador prognóstico do desenvolvimento de artrite e de fenómeno de Raynaud. Estão ainda associados com alterações da motilidade esofágica e com discretas manifestações pulmonares intersticiais.
Anticorpos anti - NOR
Os anticorpos anti - NOR-90 ocorrem em, aproximadamente 5% dos doentes em que é identificado o padrão nucleolar, por I.F.I.. Ligam-se a proteínas nucleolares de 94 a 97 kD da região organizadora dos nucléolos (NOR). As zonas NOR são consideradas as zonas de união para a nucleologénese, em que os corpos pré-nucleolares convergem e se unem, para formar nucléolos em interfase. Nelas, encontram-se proteínas não histonas, como a RNA polimerase I, ADN Topoisomerase e fibrilharina.
A proteína NOR-90 localiza-se exclusivamente nas regiões organizadoras dos nucléolos das células em divisão, e nos nucléolos, durante a interfase.
Anticorpos anti - ARN polimerase
Constituem aproximadamente 15% dos anticorpos anti-nucleolares. As ARN - polimerases formam um complexo multiproteico de 8 a 14 polipeptídeos envolvidos na transcrição de diferentes genes. Cada enzima contém 2 subunidades de grandes dimensões (126 e 192 kD) e, pelo menos, seis de pequena dimensão (14 - 18 kD), sendo três delas comuns. O complexo principal contém 4 fosfoproteínas de 18, 64, 80 e 180 kD.
Existem três tipos de ARN polimerases designados por I, II e III, estando a de tipo I localizada no nucléolo e, as de tipo II e III localizadas no nucleoplasma.
Os anticorpos anti - polimerase I são identificados em aproximadamente 4-11% dos doentes com o diagnóstico de Esclerodermia cutânea grave e difusa. Estão associados à ocorrência de manifestações renais, cardíacas e hepáticas graves.
Os anticorpos anti - polimerase II estão habitualmente associados aos anti - ARN polimerase I e surgem em doentes com lúpus e síndromes de sobreposição.
Os anticorpos anti - polimerase III ocorrem em aproximadamente 12 - 23% dos doentes com esclerodermia, associando-se com os anticorpos anti - polimerase tipo I e II.
Anticorpos anti - fibrilharina (U3RNP)
Detectados em aproximadamente 48% dos soros de doentes com anticorpos anti - nucleolares. Ligam-se à fibrilharina, proteína integrante do componente fibrilar do nucléolo que se encontra associada à U3RNA, formando o U3RNP nucleolar.
Os anticorpos anti - fibrilharina são marcadores de diagnóstico da esclerodermia e marcadores de prognóstico em pacientes com envolvimento do intestino delgado, do músculo esquelético e com hipertensão pulmonar.
Anticorpos anti - To/Th - RNP
Estes anticorpos reconhecem uma enzima processadora do ARN, a MRP - ribonuclease (MRP ARN), responsável pela ruptura de endoribonucleótidos no ARN mitocondrial, considerando-se que participa na transcrição e replicação do ADN mitocondrial.
Identificam-se em aproximadamente 25% dos doentes com lúpus. Nos doentes com esclerodermia, estão associados a uma maior frequência de hipertensão pulmonar, fibrose pulmonar e lesão renal, sendo, por isso, um marcador de pior prognóstico que os anticorpos anti - centrómero.
Relação entre a presença de determinados auto-anticorpos e o prognóstico da esclerodermia.
característico a fluorescência nas regiões NOR das células em mitose (1) e a fluorescência de aspecto
granular fino nos nucléolos (2)
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-NOR90 - identificação por immunoblot). É
característico a fluorescência nas regiões NOR das células em mitose (1) e a fluorescência de aspecto
granular fino nos nucléolos (2)
Hep 2 (x1000) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-NOR90 - identificação por immunoblot). Nesta
imagem, evidencia-se uma região NOR na célula em mitose (1) e o aspecto granular fino da fluorescência
nucleolar (2)
o aspecto granular da fluorescência nucleolar (setas)
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-RNA Pol - identificação por immunoblot). Observa-se
o aspecto granular da fluorescência nucleolar (setas)
Hep 2 (x1000) - Anticorpos anti-nucleolares (anti-RNA Pol - identificação por immunoblot). Nesta
imagem, é bem visível o aspecto granular da fluorescência nucleolar. No citoplasma, observa-se uma
fluorescência granular média dispersa (anticorpos anti - mitocondriais)
Hep 2 (x400) - Anticorpos anti-nucleolares (anti - Th/To - identificação por immunoblot) - aspecto
homogéneo da fluorescência nucleolar (setas).
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (Th/To - identificação por immunoblot).
Hep 2 (x1000) - Anticorpos anti-nucleolares (Th/To - identificação por immunoblot).
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (PMScl - identificação por immunoblot). Além do aspecto
homogéneo e pleomórfico da fluorescência nucleolar, é característico o padrão granular fino denso do
núcleo.
Hep 2 (x630) - Anticorpos anti-nucleolares (PMScl - identificação por immunoblot).